No Brasil, grande parte dos filmes que, muito provavelmente, irão concorrer em alguma categoria do próximo Oscar estreiam logo no começo do ano, como “A Esposa”, “A Favorita”, “Green Book – O Guia”, “Se a Rua Beale Falasse”, “Vice”, entre outros. A bilheteria de 2019, no entanto, deverá ser dominada pelas franquias Disney, começando com “Capitã Marvel” e a refilmagem de “Dumbo” em março, passando por “Vingadores: Ultimato” em abril, “Aladdin” em maio, “Toy Story 4” em junho, “Homem Aranha: Longe de Casa” e “Rei Leão” em julho, e o nono episódio de “Star Wars” em dezembro.
Além da gigante Disney, outros estúdios também apostaram em sequências, refilmagens e reboots. Ganharemos novos filmes de “Hellboy”, “John Wick”, “As Panteras”, “O Exterminador do Futuro”, “Godzilla”, “MIB – Homens de Preto”, “Como Treinar Seu Dragão”, “Uma Aventura Lego” etc. No gênero do terror, o sucesso de “It – A Coisa” impulsionou uma nova safra de produções inspiradas na obra de Stephen King – tanto a sequência de “It” como a refilmagem de “Cemitério Maldito” devem estrear neste ano. Bebendo da fonte do terror japonês, a Sony refilmou (de novo) “O Grito”, com estreia projetada para agosto. De original, teremos “A Maldição da Chorona”, da Warner, e “Nós”, de Jordan Peele.
No circuito mais voltado às premiações de 2020, há a adaptação de Greta Gerwig do romance “Mulherzinhas”, um novo filme de Wes Anderson (“The French Dispatch”) e o reencontro de Martin Scorsese com Robert de Niro, Al Pacino, Harvey Keitel e Joe Pesci em “The Irishman”, além do novo filme de Quentin Tarantino sobre o assassinato de Sharon Tate. “Rocketman”, biografia de Elton John, deverá surfar no sucesso de “Bohemian Rhapsody”. Há espaço, é claro, para as surpresas (2018 mesmo foi um ano surpreendente), mas é cada vez mais difícil ver uma produção de médio porte, sem um orçamento trilhardário ou grandes nomes, nos cinemas.
Em 2018, a Netflix conseguiu ressuscitar o gênero da comédia romântica graças ao sucesso espetacular de títulos como “Para Todos os Garotos que Já Amei”, um filme modesto e sem estrelas. Se os cinemas continuarem tomados por blockbusters e concorrentes ao Oscar, o que veremos nas plataformas de streaming em 2019? Cineastas como Ava Duvernay (“Uma Dobra no Tempo”), Patty Jenkins (“Mulher Maravilha”), Taika Waititi (“Thor: Ragnarok”) e Nicolas Winding Refn (“Drive”) já produziram e/ou dirigiram seus seriados. A medida que mais canais de streaming entrarem no mercado (Disney, Warner e Apple vem aí), o meio ficará cada vez mais competitivo.