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Com as vitórias de "Green Book" e "Bohemian Rhapsody", a edição de 2019 será relembrada pela infâmia.
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Em uma cerimônia sem apresentador e muito mais direta ao ponto, a noite foi repleta de surpresas e frustrações. O lado bom: Olivia Colman acabou levando o Oscar que já estava praticamente na estante de Glenn Close. Com a surpresa, seu discurso foi espontâneo e divertido, talvez o melhor momento da noite. Alfonso Cuarón, que se tornou o primeiro diretor da história a levar o prêmio de melhor fotografia, recebeu também o Oscar de melhor direção das mãos de seu amigo Guillermo del Toro – cinco dos últimos seis vencedores são mexicanos. “Pantera Negra” foi reconhecido nas categorias de direção de arte, figurino e trilha original. Spike Lee levou o primeiro Oscar de sua carreira, como roteirista de “Infiltrado na Klan”. Os melhores documentários, além do curta de animação, foram dirigidos por mulheres.

Agora, o lado ruim. Como previsto, “Bohemian Rhapsody” foi contemplado no departamento de som, mas levou também o prêmio de edição, para a frustração de toda a imprensa especializada. Todos apostavam na vitória de Rami Malek como melhor ator, mas a vinheta escolhida para expor o seu trabalho só evidencia a dublagem durante o filme. Bradley Cooper, por sua vez, cantou ao vivo com Lady Gaga, em um dos segmentos mais bonitos de toda a premiação. “Green Book”, obra absolutamente medíocre e ofensiva, acabou levando melhor ator coadjuvante, roteiro original e filme. Críticos imediatamente começaram a comparar a vitória com a de “Crash – No Limite”, considerado por muitos como o pior filme a vencer o Oscar, até então. Ao ver o palco tomado por homens brancos, o diretor Spike Lee ficou visivelmente irritado e tentou abandonar a cerimônia antes mesmo do fim.

O Oscar de 2019 não será relembrado pela qualidade dos filmes, mas pela a sua infâmia.

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