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A perspectiva feminina de Fora de Série

Produzido por Will Ferrell e Adam McKay, “Fora de Série” marca a estreia de Olivia Wilde como diretora.
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“Visualize a montanha do seu sucesso e veja todo mundo que duvidou de você lá embaixo. Fodam-se esses perdedores”, diz a gravação motivacional (na voz de Maya Rudolph) que Molly escuta antes de ir para a escola. Interpretada por Beanie Feldstein, Molly é uma garota gordinha que só tira as melhoras notas, é presidente da classe e já tem vaga garantida em Yale. Durante toda a vida escolar, ela tentou compensar a falta de popularidade com a dedicação aos estudos, achando que todo o seu esforço poderia destacá-la dos demais.

Kaitlyn Dever interpreta Amy, a melhor (e única) amiga de Molly. Lésbica assumida, ela também acredita em sacrificar a vida social, e até mesmo a atração por uma outra colega, para conquistar um futuro mais significativo. Tudo muda, porém, quando Molly fica sabendo que até os alunos mais populares conseguiram entrar em universidades prestigiadas. Ou seja, todas as noites que ela passou em casa, estudando, foram em vão – mas há uma última festa, antes da formatura, para compensar o tempo perdido.

Produzido por Will Ferrell e Adam McKay, “Fora de Série” marca a estreia de Olivia Wilde como diretora. Atriz da série “House” e também de filmes como “Tron – O Legado”, Wilde já demonstra um estilo formado, com cenas coloridas e uma divertida sequência de animação. Com um roteiro assinado por quatro mulheres (Susana Fogel, Emily Halpern, Sarah Haskins e Katie Silberman), a produção ganhou o selo “gender-balanced” da ReFrame, uma iniciativa do Sundance Institute que promove filmes e séries com mulheres no elenco e na equipe técnica.

Nos Estados Unidos, o filme foi pouco divulgado e contou com a estratégia infeliz de estrear em um feriado, disputando espaço com o gigante “John Wick 3 – Parabellum” e a versão live-action de “Aladdin” (no Brasil, irá brigar com “MIB: Homens de Preto – Internacional”). Com um orçamento de apenas US$ 6 milhões, abocanhou pouco mais de US$ 17 milhões nas bilheterias americanas. Trata-se, afinal, de um filme original, que não é refilmagem ou sequência, e independente, de uma diretora estreante e sem atores conhecidos.

Apesar da performance cativante de Feldstein como Molly (tão diferente da doce Julie de “Lady Bird – A Hora de Voar”) e da vulnerabilidade de Dever como Amy, quem acaba mesmo roubando os holofotes é Billie Lourd, filha da saudosa Carrie Fisher e neta de Debbie Reynolds. Vivendo a doidinha Gigi, que aparece magicamente em todos os lugares, Lourd tem a presença de uma estrela – seu futuro, como atriz, merece ser brilhante. O maior defeito de “Fora de Série” é não explorar ainda mais a personagem e a atuação de Lourd.

Depois de uma noite longa (e que irá colocar a amizade das duas à prova), Molly e Amy aprendem a não subestimar os outros. Decepções fazem parte da vida social, mas “Fora de Série” garante que ainda vale a pena se arriscar a sair de casa e conviver com as pessoas, para aprender com elas e não só com os livros. Com uma trilha sonora dançante, o primeiro filme de Olivia Wilde é bem humorado, estiloso e merece ser visto nos cinemas (estreia 13/06).

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