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Queridinhos da crítica de 2018 – Parte I

Comentários sobre os filmes mais elogiados pela imprensa em 2018, de acordo com o site Rotten Tomatoes.
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O Rotten Tomatoes, site que calcula uma média aproximada das reações positivas e negativas da imprensa, vem divulgando os filmes mais bem avaliados de 2018. É uma boa forma de rever como foi o ano e também de resgatar o que, talvez, tenha passado batido. Os resultados finais serão divulgados no dia 25/01, mas os vencedores da maioria das categorias já foram anunciados. 

Os prêmios são divididos por gênero, o que facilita com que comédias e outros filmes menos voltados à Academia sejam também prestigiados. “Roma”, por exemplo, muito provavelmente será indicado ao Oscar – Alfonso Cuarón ganhou a estatueta de melhor direção em 2014 e sua última obra tem um perfil óbvio de festival. Já o queridíssimo “Paddington 2”, vencedor na categoria de “melhor filme infantil/para família” do Rotten Tomatoes, poderá ser esquecido na cerimônia de fevereiro, apesar de ser muito divertido e bem feito.

Vamos, então, às categorias:

 Melhor filme de ação ou aventura: “Missão: Impossível – Efeito Fallout”

O diretor Christopher McQuarrie fez sequências de luta tão orgânicas e perseguições de carro tão inspiradas em “Missão: Impossível – Efeito Fallout” que, ontem mesmo, assinou contrato com a Paramount para escrever e dirigir mais duas continuações de “Missão: Impossível”. Grande parte do fascínio com a franquia se deve, é claro, à insanidade de Tom Cruise, aos 56 anos de idade, em realizar todas as sua cenas de ação, sem o uso de dublês (quebrando, inclusive, o próprio pé em uma cena que lembra o genial Buster Keaton). McQuarrie, no entanto, faz um trabalho de câmera de tirar o fôlego em “Efeito Fallout”, com ângulos baixos e bem no meio de toda a ação. É, sem dúvida alguma, a melhor escolha da categoria.

Melhor animação: “Homem-Aranha no Aranhaverso”

Produzida pela Sony, “Aranhaverso” desbancou a Pixar (“Os Incríveis 2”) e a Disney (“Wifi Ralph – Quebrando a Internet”) em 2018 – no Brasil, acabou de estrear. Você pode ler mais sobre a animação aqui.

Melhor comédia: “Eighth Grade”

Dirigida pelo jovem comediante Bo Burnham (há um stand-up dele disponível na Netflix Brasil, chamado “Bo Burnham: Make Happy”), “Eighth Grade” é um filme sensível sobre uma menina desajeitada que tenta conquistar seguidores na internet, mas tem dificuldade em fazer amizade com as garotas populares da escola. Infelizmente, ainda não estreou no Brasil. Não é uma comédia escrachada, requer um espectador específico – que, talvez, tenha sido nerd e sofrido bullying na infância (cinéfilos, por exemplo). 

2018 foi um bom ano para o gênero da comédia, tanto no cinema quanto no streaming, destaco também “Não Vai Dar”, “A Noite do Jogo”, “Com Amor, Simon” e o fenômeno “Para Todos os Garotos que Já Amei”, um dos filmes mais assistidos da Netflix em 2018.

Melhor filme baseado em quadrinhos ou graphic novel: “Pantera Negra”

Não há como contestar a maior bilheteria mundial de 2018, uma sensação global feita por negros e para negros, baseada em quadrinhos muito menos populares do que “Capitão América” ou “Batman” e sem estrelas do calibre de Scarlett Johansson ou Chris Pratt. “Pantera Negra” foi um acontecimento histórico.

Melhor documentário: “Won’t You Be My Neighbor?”

Ainda sem data de estreia no Brasil, o documentário sobre Fred Rogers, ícone da televisão infantil nos Estados Unidos, é tocante até para quem não conhece o apresentador. Rogers usava uma abordagem sensível e quase religiosa (no melhor sentido da palavra) para educar crianças. Em plena década de 1960, foi pioneiro em apresentar temas como diversidade e aceitação a um público pré-escolar. No ápice dos embates pelos direitos civis, molhou os pés em uma pequena piscina de plástico junto com um personagem negro (quando negros não podiam frequentar as mesmas piscinas públicas que os brancos) – em alusão a Jesus Cristo, se prestou a secar os pés do ator e amigo. Sempre com uma voz calma e amorosa, promoveu uma revolução no pensamento do país. Tom Hanks interpretará Rogers em “A Beautiful Day in the Neighborhood”, com estreia prevista para outubro.

Outros documentários dignos de nota: “Shirkers”, sobre um filme roubado de um grupo de garotas de Singapura (já disponível na Netflix) e “Three Identical Strangers”, sobre trigêmeos separados no nascimento.

Melhor drama: “Infiltrado na Klan”

Não concordo. Para mim, os melhores dramas do ano foram dois títulos dirigidos por mulheres (e, que, portanto, não devem receber muita atenção nas premiações mais consagradas): “Você Nunca Esteve Realmente Aqui” e “Sem Rastros”, ambos disponíveis no Looke. Já escrevi sobre “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”.

“Sem Rastros” é um filme intimista sobre um pai e uma filha que vivem acampados em parques florestais. Interpretado por Ben Foster, o pai é um veterano de guerra que sofre com o transtorno de estresse pós-traumático (assim como o personagem de Joaquin Phoenix em “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”) e não consegue mais viver em sociedade. A filha, interpretada pela novata e magnífica Thomasin McKenzie, segue os comandos do pai, mas sente falta de uma vida mais normal. O filme segue em ritmo lento, muito menos ativo que “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”, mas as imagens são belas e a vulnerabilidade de McKenzie é comovente.

Na Parte II, falarei dos vencedores nas categorias de terror, filme infantil, musical, romance, ficção científica, suspense e faroeste.

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