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O reconhecimento de Joon-ho Bong representa uma mudança positiva.
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“1917” venceu o Globo de Ouro, o BAFTA, os prêmios dos sindicatos dos diretores e dos produtores – tudo indicava que também faturaria o Oscar, mas “Parasita” conquistou uma vitória histórica na edição de 2020. A obra-prima de Joon-ho Bong é o primeiro longa coreano a ser contemplado pela Academia. É também o primeiro de língua não inglesa a ganhar como melhor filme internacional e melhor filme.

Em uma noite em que a Academia parecia refletir a própria irrelevância, com convidados mais diversos e homenagens a títulos que jamais foram indicados (no número de abertura, dançarinos se caracterizaram como personagens de “Midsommar”, “Nós” e “Meu Nome é Dolemite”), “Parasita” foi dominando o palco e, prêmio após prêmio, nos deixou sonhar com uma premiação menos fechada e antiquada.

Merecidamente, “1917” venceu apenas prêmios técnicos. “Coringa” levou duas estatuetas, nenhuma para o pilantra Todd Phillips. Para os atores, não houve surpresas. Infelizmente, “Adoráveis Mulheres” só ganhou o Oscar de melhor figurino, uma “categoria feminina” para um “filme feminino” – um último desaforo da Academia, que não indicou a diretora Greta Gerwig e também não lhe deu o prêmio de melhor roteiro. “O Irlandês” foi completamente esnobado, mas Martin Scorsese ganhou uma bela homenagem de Joon-ho Bong.

“Quando eu era jovem e estudava cinema, havia uma citação que eu gravei no meu coração, que dizia ‘o mais pessoal é o mais criativo’. Esta citação é do grande Martin Scorsese,” Bong disse, encorajando aplausos ao diretor de 77 anos. Seguindo os passos de seu mestre, Bong se tornou um dos diretores mais ousados da Coreia do Sul. Seu reconhecimento pela Academia representa uma mudança positiva para todos nós que, ao contrário dos americanos, crescemos com filmes legendados.

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