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Netflix: Vingança e Castigo

Faroeste de mais de duas horas é desperdício de talento.
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Com um elenco composto por alguns dos melhores atores de Hollywood, como Regina King e Delroy Lindo, “Vingança e Castigo” é um grande desperdício de talento. O faroeste que não é baseado em fatos reais, mas inspirado em caubóis negros do Velho Oeste, poderia ter sido um marco de representatividade para a Netflix, se o filme tivesse alguma substância. Pelo trailer divulgado, a obra de Jeymes Samuel parecia dinâmica e divertida, mas com um roteiro fraco e duas horas e dezenove minutos de duração, é difícil de aguentar.

Jonathan Majors, de “Lovecraft Country”, interpreta Nat Love, um fora da lei em busca do homem que matou seus pais. No papel de Rufus Buck, Idris Elba dá vida a um assassino temido por todos, mas que raramente suja as próprias mãos – para isto, ele tem os comparsas Cherokee Bill (LaKeith Stanfield) e Trudy Smith (Regina King). A gangue de Love, por sua vez, conta com Bill Pickett (Edi Gathegi), Jim Beckworth (RJ Cyler), Mary Fields (Zazie Beetz) e Cuffee (Danielle Deadwyler), além do suporte do xerife Bass Reeves (Delroy Lindo).

O roteiro, assinado por Samuel e Boaz Yakin, parece ter sido a última das preocupações do diretor, que também compôs e remixou a trilha sonora (Samuel é um músico britânico de sucesso, conhecido como The Bullitts). De fato, “Vingança e Castigo” lembra um clipe musical, algo para ser exibido de fundo, em bares ou lojas de televisão – mas um punhado de sequências estilosas não é suficiente para atribuir carga emocional à história e aos personagens rasos, culminando em um embate final sem peso dramático algum.

Faroestes com atores negros existem desde a década de 1930, graças à Richard C. Kahn, e decolaram nos anos de 1970, junto com a Blaxploitation – em 1993, o diretor Mario Van Peebles reuniu Blair Underwood, Tiny Lester e Pam Grier no longa “Posse: A Vingança de Jessie Lee”. É interessante revitalizar o cinema de gênero pela ótica negra, mas simplesmente colocar negros na frente das câmeras não é suficiente. Para criar uma indústria promissora, que promova uma mudança de paradigma, é necessário fazer bons filmes.

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