Destaque no Festival de Sundance de 2019, “O Chalé” é dirigido pela dupla austríaca Veronika Franz e Severin Fiala, a mesma do cultuado “Boa Noite, Mamãe”. Em seu longa de estreia, uma mulher se recupera de uma cirurgia plástica – com a cabeça toda enfaixada, seus filhos gêmeos suspeitam de sua identidade e levam a paranoia aos extremos. Já no filme mais recente, os irmãos Aiden e Mia não aceitam a chegada da madrasta Grace. Nas duas obras, os diretores tratam do vínculo entre mães e filhos (mais precisamente, do medo da perda desta conexão).
Em “O Chalé”, Aiden (Jaeden Martell, de “It – A Coisa”) e Mia (Lia McHugh) têm bons motivos para não aceitar a nova namorada do pai, Richard (Richard Armitage). Interpretada por Riley Keough, de “Mad Max: Estrada da Fúria”, Grace é a única sobrevivente de uma seita suicida, semelhante à trágica Jonestown de Jim Jones. Na tentativa de aproximá-los, Richard leva a família e a namorada para passar o Natal em um chalé distante, mas tem de deixá-los sozinhos por alguns dias. O que pode dar errado?
Com fotografia do grego Thimios Bakatakis, parceiro de Yorgos Lanthimos em filmes como “O Lagosta” e “O Sacrifício do Cervo Sagrado”, “O Chalé” impressiona pelo visual frio e opressivo. Trata-se de um filme de terror que não aposta em sustos baratos, mas em uma atmosfera sinistra de perigo iminente, semelhante ao “Hereditário”. Não se preocupe com inconsistências no roteiro, aproveite o clima sombrio de uma quarentena dos horrores, além das performances impressionante dos atores mirins e, sobretudo, de Keough.
“O Chalé” está disponível no NOW, da Net.