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A reencarnação de Cemitério Maldito

A obra de Stephen King passa por um ritual monótono de reencarnação.
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Graças ao sucesso de “It: A Coisa”, que faturou mais de US$ 700 milhões com um orçamento de apenas US$ 35 milhões, a obra de Stephen King vem passando por um renascimento. A competente série “Castle Rock” voltará para uma segunda temporada, o teaser de “It: A Coisa 2” foi divulgado hoje mesmo e a refilmagem de “Cemitério Maldito” já está em cartaz nos cinemas brasileiros. No último caso, no entanto, a reencarnação do romance de King não é uma alternativa melhor do que a morte.

Dirigido pela dupla Kevin Kölsch e Dennis Widmyer, do cult “Starry Eyes” (2014), “Cemitério Maldito” muda alguns detalhes do original de 1989, mas não cria nada que torne a história, de fato, mais interessante. Com Jason Clarke, Amy Seimetz e John Lithgow no elenco, a premissa ainda é a mesma: uma família se muda para uma cidade do interior dos Estados Unidos e encontra um cemitério de animais de estimação nos fundos da casa. Além do cemitério, há uma região pantanosa de poderes sinistros, onde tudo que é enterrado volta à vida – mas nunca como antes.

Com poucos sustos (há uma cena mais sanguinolenta no começo do filme, mas todo o resto é bem contido), “Cemitério Maldito” trata do luto, de como a perda de um ente querido pode destruir toda a família, mas nem chega perto do sensacional “Hereditário” (2018), obra do novato Ari Aster que é como um tratado dos efeitos da morte. Nem é preciso ir tão longe na comparação. A refilmagem de 2019 parece uma cópia desalmada, cuspida pelo próprio túmulo, do filme de Mary Lambert, que já não era tão bom assim.

Há uns bons dois anos que o gênero do terror vem se provando como uma forma barata e eficiente de desafiar a soberania da Marvel nos cinemas, mas “Cemitério Maldito” não deve sequer arranhar os números de “Vingadores: Ultimato” no Brasil. Faltou, afinal, criatividade para alterar algo que fizesse alguma diferença substancial na trama – tornar a mãe, por exemplo, a protagonista da história, relacionando a perda da irmã com o ato desesperado de trazer a filha de volta – além de oferecer um clímax menos ridículo.

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