Se inscreva no canal do Telegram
Para a Disney, tudo tem um preço, mas nada tem valor.
Compartilhe:

Para receber todas as novidades, se inscreva no canal do Telegram

Tal qual Palpatine em “Ascensão Skywalker”, de alguma forma, Robert Downey Jr. voltou. O Homem de Ferro fará agora o vilão Dr. Doom. Provavelmente, coberto de CGI e apenas emprestando a voz ao personagem, mas os fãs comemoraram mesmo assim. Também comemorariam se Chris Evans retornasse como um poste.

Durante a temporada de premiações de “Oppenheimer”, Downey Jr. disse que amargou uma década fazendo filmes de super-heróis, mas que o diretor Christopher Nolan salvou a sua carreira. O que o adorado ator falou foi muito mais ofensivo do que qualquer coisa que Scorsese tenha dito sobre a Marvel, mas o fã é frouxo – toma oito facadas e ainda reata o namoro.

Talvez, eu não devesse gastar o meu tempo refletindo sobre o estado do MCU. O último live-action que vi foi  “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, em 2022. Desde então, nada mais me interessou (fora “X-Men 97”). Nem pretendo ver o novo sucesso, “Deadpool e Wolverine”. Afinal, se há alguém mais insuportável do que Downey Jr., este alguém é Ryan Reynolds.

Cursei Comunicação Social, o pós-modernismo não é novidade pra mim. No geral, metalinguagem e referências não me impressionam mais. Foi legal quando “Pânico” saiu, lá em 1996. Mas estamos em 2024 e, numa tentativa desesperada de reavivar o interesse nos bonecos, a Marvel agora presta homenagem a filmes medíocres de 20 anos atrás.

Não vi o novo “Deadpool”, mas li resenhas com spoilers. Sei das piadinhas com a Disney, com a aquisição da Fox, e das participações especiais mais estapafúrdias. Hugh Jackman também tinha aposentado as garras de adamantium, mas nada como um caminhão de dinheiro para fazê-lo mudar de ideia. Para a Disney, tudo tem um preço, mas nada tem valor.

O conglomerado não produz por amor aos personagens, mas como um comitê de empresários tirando nomes aleatórios de um chapéu. Howard The Duck? Scarlett Johansson? E se Scarlett Johansson interpretasse uma versão feminina de Howard The Duck? E se Chris Pratt retornasse como o Coisa, mas quebrando a quarta parede a cada minuto?

E, apesar do profundo desdém que todos os envolvidos nessas produções sentem pelo material original – você acha mesmo que Harrison Ford dá a mínima para o Hulk vermelho? –, os fãs engolem tudo, até a última gota. Para quem não se importa com a qualidade do que come, até um Cup Noodles vencido pode ser um banquete.

Tags:

Leia também:

O novo comercial da Apple é apenas uma pequena amostra deste pesadelo em que nos meteram.
Onde assistir os principais indicados.
Comandado por Bob Iger, conglomerado apresenta rachaduras.
Em nossa segunda colaboração, aromas inspirados nas vilãs dos clássicos da Disney.