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Queridinhos da crítica de 2018 – Parte II

Os destaques do ano, de acordo com a imprensa, nos gêneros do terror, suspense, sci-fi, romance, musical, faroeste e infantil.
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Em continuação à primeira parte, mais alguns comentários com relação aos filmes mais elogiados pela imprensa no ano passado, de acordo com a métrica do site Rotten Tomatoes:

Melhor filme de terror: “Um Lugar Silencioso”

“Um Lugar Silencioso” foi uma grata surpresa logo no começo de 2018 – tanto para a crítica como para a Paramount, que faturou mais de US$340 milhões ao redor do mundo, com uma produção de apenas US$ 17 milhões. 2018 foi um excelente ano para o gênero do terror, seguindo a tendência do sucesso fenomenal de “It – A Coisa” em 2017. Outros destaques de público e/ou crítica incluem “Hereditário”“Halloween”“Operação Overlord” e “A Freira”. Filmes de terror são uma ótima forma de encontrar novos talentos, gastando pouco e lucrando muito. São essenciais também para a sobrevivência dos cinemas, pois é sempre mais divertido assisti-los em salas lotadas do que sozinho em casa. O gênero merece ser mais levado a sério.

Melhor filme infantil ou para famílias: “Paddington 2”

Em um mundo justo, “Paddington 2” seria indicado ao Oscar em, pelo menos, seis categorias: melhor filme, ator coadjuvante (Hugh Grant em um papel adoravelmente ridículo), efeitos visuais, trilha sonora, figurino e direção de arte. Com uma avaliação 100% positiva no Rotten Tomatoes, chegou a se tornar o título mais bem elogiado na história do site. Como se trata da adaptação de um clássico da literatura infantil, no entanto, não deve abocanhar prêmios da Academia, sempre tão carrancuda com as obras que prefere prestigiar. “Paddington 2” reforça a mensagem do primeiro filme e trata do amor como uma forma de criar uma comunidade melhor, seja uma vizinhança londrina ou uma prisão cheia de bandidos assustadores. É adorável e tudo parece escolhido a dedo, de cada objeto de cena aos disfarces mirabolantes que Grant veste. Só evite a versão dublada, se possível, que não combina em nada com o espírito do filme.

Melhor musical ou filme relacionado à música: “Nasce Uma Estrela”

Considero um exagero. Lady Gaga é, de fato, o que há de melhor em “Nasce Uma Estrela”, mas os pontos positivos param, mais ou menos, por aí. A direção do estreante Bradley Cooper, que vem sendo tão elogiada, não é nada tão sensacional assim. Supera, é claro, o terrível “Bohemian Rhapsody”, uma produção complicada e mentirosa que ofende o legado de uma das vozes mais incríveis da história da música. Fred Mercury merecia algo melhor.

Melhor romance: “Podres de Ricos”

Deixei de falar de “Podres de Ricos” na parte das melhores comédias de 2018 para tratá-lo dele aqui. Como uma espécie de “Pantera Negra” oriental, a comédia romântica dirigida por Jon M. Chu, e baseada no best-seller de Kevin Kwan, é o primeiro grande filme de Hollywood, em vinte e cinco anos, com elenco e diretor asiáticos. Faturou mais de US$ 238 milhões internacionalmente, com um orçamento módico de US$ 30 milhões. E que pechincha! Uma produção luxuosa, com cenários extravagantes e figurino refinado, é mesmo o romance que mais chama a atenção.

Melhor ficção científica ou fantasia: “Sorry to Bother You”

Ainda sem estreia no Brasil, “Sorry to Bother You” é um filme insano cujo enredo lembra mais o surrealismo de um anime obscuro do que um live-action amplamente discutido pela imprensa americana. Aviso: não é para todo mundo. É fácil de imaginar pessoas menos acostumadas a bizarrices cinematográficas decretando que o roteiro é “ruim” porque isso ou aquilo de absurdo acontece (sem spoilers por aqui). Dito isto, é fantástico. A estética é mesmo de desenho animado, com mudanças repentinas e mais simbólicas do que verossímeis. O cinema, e arte como um todo, só tem a ganhar quando experimentam com o bizarro.

Destaco também “Aniquilação” (disponível na Netflix), “Hotel Artemis” (Amazon Prime Video) e “Upgrade” (ainda sem estreia), cujo final não é lá essas coisas, mas tem uma premissa interessante.

Melhor suspense: “Viúvas”

“Viúvas” é um suspense misturado com drama, dirigido pelo excelente Steve McQueen, indicado ao Oscar de melhor diretor por “12 Anos de Escravidão”, e estrelado por Viola Davis, atriz sempre magnífica, até em séries e filmes ruins. Não se engane com a presença de Liam Neeson, “Viúvas” não é eletrizante o tempo inteiro e os fãs de pancadaria podem se decepcionar, mas é muito bem construído, com um elenco principal de mulheres interessantes e diversas. 

Recomendo também o inteligente “Buscando…”, com John Cho como protagonista, é todo contado por meio de telas de computador e celular.

Melhor faroeste: “Domando o Destino”

Escrito, dirigido e produzido por Chloé Zao, “Domando o Destino” é um faroeste melancólico, baseado na vida de Brady Jandreau, um peão de rodeio que foi obrigado a interromper a carreira por conta de um traumatismo craniano. É o próprio vaqueiro e a sua família quem protagonizam o filme, dando um aspecto de autenticidade, sobretudo, às cenas que retratam o treinamento de cavalos selvagens. O ferimento de Brady é apresentado logo no início, quando ele retira grampos ensanguentados da lateral raspada da cabeça. Mesmo lesionado de forma grave, sente falta dos rodeios, criando um conflito entre a sua integridade física e quem ele sempre foi: um cowboy. Já disponível no Looke, a edição de som e a fotografia impressionam.

Indico também “The Ballad of Buster Scruggs”, uma coletânea de histórias de faroeste, dirigida pelos irmãos Coen, para a Netflix.

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