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Dev Patel vive cavaleiro nada convencional em épico sobre grandeza.
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Se você espera um épico triunfante, no estilo de “Senhor dos Anéis”, “A Lenda do Cavaleiro Verde” não é para você. Como tudo que é feito pela A24 – produtora de títulos como “Hereditário”, “O Farol” e “O Mistério de Silver Lake”, todos disponíveis na Amazon Prime –, o filme não tem nada de convencional.

Baseado em um poema do século XIV, “A Lenda do Cavaleiro Verde” não trata de um herói invencível rumo a uma missão ganha, mas do sobrinho do Rei Arthur, um jovem lorde que ainda não demonstrou a sua coragem porque não viveu grandes aventuras. Ele não é um exemplo de cavalheirismo digno das lendas arturianas.

Para começar, Sir Gaiwan (Dev Patel) desperta em um bordel imundo, onde ele conhece todas as funcionárias pelos nomes. Sua favorita, no entanto, é a simplória Essel (Alicia Vikander). Mais tarde, no banquete natalino de Camelot, a ceia é interrompida por um misterioso “cavaleiro verde”, que parece feito de árvore.

A criatura propõe um jogo: um dos cavaleiros deve desferir um golpe contra ela. Um ano depois, o mesmo golpe será retribuído ao cavaleiro na distante Capela Verde. Prontamente, Sir Gaiwan se voluntaria e, com a Excalibur emprestada do Rei Arthur, corta a cabeça do homem-árvore – que, por sua vez, recolhe a própria cabeça e vai embora gargalhando.

Um ano depois, todos já ouviram falar de Sir Gaiwan e do Cavaleiro Verde. O lorde não tem escolha a não ser procurar pela Capela Verde e aceitar o seu destino. Protegido por um cinturão mágico feito por bruxas, Gaiwan parece destinado à grandeza – Essel, que fica para trás, questiona se, perante a grandeza, a bondade não é suficiente.

Pouco depois de partir, Gaiwan é assaltado e a sua jornada é interrompida. Se aventurar, afinal, não é tão fácil. O lorde não tem as habilidades mais básicas para sobreviver, não sabe acender uma fogueira ou procurar por comida na floresta. Perdido, ele se depara com toda sorte de aliados e inimigos (naturais e sobrenaturais).

Dirigido por David Lowery, o mesmo de “Sombras da Vida”, “A Lenda do Cavaleiro Verde” é um deleite visual que utiliza o gênero do épico para discutir como as expectativas são impostas e as lendas são criadas. O Cavaleiro Verde representa um destino final, a ordem natural que devora os ossos e até mesmo a virtude de quem já se foi.

Antes de aceitar o seu destino, Sir Gaiwan tem o vislumbre de uma vida grandiosa, mas indigna – o oposto do que ocorre em “A Última Tentação de Cristo”, de Martin Scorsese. É neste momento, ao perceber que a bondade é mesmo superior à grandeza, que Gaiwan se torna um verdadeiro cavaleiro.

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